Esta e a Estória de Um Ser que Não Existe
ao Observar a Vida, Interrogando-se.
Eu não sou vivo mas sou inteligente e
viajo pelo espaço que não existe.
Estranho tudo o que é organizado, como a
matéria. E a vida essa, não a compreendo. Sou energia, imaterial,
infinito, eterno. Eu sou
E=MC².
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Sou filho das vossas lutas, das batalhas
ganhas e perdidas, das frases que vão com o vento e ficam com o coração,
das lágrimas que se consomem com as emoções.
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Serena
De uma interioridade inquieta,
Paradoxal,
Corre a alma
Como se de um rio se tratasse.
Nos sobressaltos da luta
Entre o bem e o mal
Nasce a verdade
Que é minha.
Única,
Sem confrontações
Que lancem a duvida,
Sem inseguranças
Que matem a certeza.
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Perdi a minha sombra
Levou-ma o sol poente
Que me disse na penumbra
Ter eu a alma doente.
Sinto que tem razão
Admito-o e confesso
Pois as vezes olho-me ao espelho
E não vejo o meu reflexo.
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A cor da cor
No seu jeito meio serôdio, em que de
forma recorrente algo inextricável, que sempre exibia de resto,
continuava contemplativo fervilhando-lhe na mente cosmogonias diversas,
que usava qual parábolas, tentando encontrar o sentido do ser.
Elegíaco, quase niilista, defendia uma perspectiva filosófica solipsista
numa praxis hedonista que usava de forma prosaica. Iconoclasta, no fim
era sobressaltado com a sempre mesma pergunta: e afinal, que cor é a "
cor de burro quando foge" ?
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Enquanto olhava para dentro
Arrogante talvez,
Por tornar o mundo pequeno
Reduzido ao meu conteúdo,
E nem por isso perfeito,
Descobri de chofre um jeito
De o tornar sereno.
Cavalgar o vento
Como o fazia em miúdo,
E de imaginação ao peito
Resgatar a ingenuidade ao tempo.
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